Wednesday, July 18, 2007

Que mal fiz eu a Deus?




Sintonização de Vitorino de Sousa após uma palestra
sobre o tema “Que mal fiz eu a Deus?!”

Lisboa, 17 de Dezembro de 2006





Exercício de Co-criação para eliminar o arquétipo da vítima, seguido de algumas considerações pertinentes acerca do
Anjo Dourado.




Decerto já ouviste referir o teu Eu Superior como o Anjo Dourado. Imagina, pois, o salão,
do Trono Dourado, o teu Salão Dourado. E visualiza a materialização, nesse Trono, do teu Anjo Dourado, que não é mais do que a tua versão superior. És tu, com as tuas feições, em trajes dourados, num Salão Dourado. Esta imagem representa tu empunhando o ceptro do poder. Então, é desde esse ponto dourado que podes declarar, com o ceptro do poder na mão, que,
enquanto ser terreno, não estás interessado em preservar a programação que te leva a, mais
ou menos frequentemente, sentires que és uma vítima. É como se ordenasses a ti mesmo, aos teus outros níveis, que decides nesse sentido.

As co-criações têm maior probabilidade de funcionar quando, previamente, te alças, nem que seja através da visualização, para o patamar dourado, como um rei. É quando estás sentado num trono que decretas com mais poder. Não és tu, ser humano, a pedir aos Planos Superiores; és tu, Anjo Dourado, a persuadir a emanação terrestre a tomar uma determinada decisão. Ou seja, é um circuito fechado. Isto faz toda a diferença: não olhas nem para cima nem para baixo; olhas para ti, para outro plano de ti mesmo. E é assim que as coisas se decidem, é assim que abres um novo ramal. És tu, enquanto Anjo Dourado, que ajudas a ti mesmo a ganhar a percepção de até que ponto o teu sistema está cansado, farto de viver sujeito à erupção do arquétipo da vítima - algo que te incomoda, que invade a tua privacidade, que altera a tua condição. É algo que te surpreende, que não querias e que, durante, muito tempo, não sabias de onde vinha. Mas agora sabes que vem de ti mesmo, da parte oposta, dos antípodas, daquela que agora visualizas em dourado. És tu completamente polarizado.

As ferramentas da Nova Energia não funcionam quando tu as utilizas desde uma posição terrena, como um mero ser humano. Para aumentar a probabilidade de elas serem eficientes tens de alterar primeiro o teu estado de consciência, ou seja, as condições em que vibra o teu cérebro. É a diminuição das ondas beta, com o consequente aumento das ondas alfa, que te vai colocar numa posição que facilita a consciência do dourado. Podes ver-te em dourado. Ao veres-te sentado no trono, podes até sentir necessidade de te chegares para a frente e sentares-te na beira do Trono para que as asas possam ter espaço para se abrirem.

Poderás perguntar para que queres as asas abertas? Porque, se abrires as asas, ganhas uma noção diferente da tua dimensão. A imagem de um ser com forma humana com as asas abertas, é algo profundamente enraizado na tua memória quântica. É um holograma poderoso, que serve perfeitamente para atingir os resultados que se pretendem com este ritual de cura.

O teu ego poderá, inclusivamente, perguntar: “Para que serve estar curado? Não te tens divertido tal como tens estado? Afinal, passado um tempo, acaso não esqueces a maior parte

das situações desagradáveis? A tua memória não esfria essas experiências e não acabas por te sentir mais ou menos bem? Para que queres se curado, então?”
Esta talvez seja a pergunta que os teus núcleos retorcidos te levam a fazer, simplesmente porque, quando estiveres curado realmente – e para lá caminhas, embora não saibas quanto
caminho falta percorrer – deixarás de ter necessidade de fazer o que estás a fazer agora; passarás a experimentar, em permanência, uma sensação como a que te é dado experimentar agora, neste estado. Isto é, deixarás de ter a percepção de que umas vezes estás mais próximo, outras vezes estás mais longe da tua própria Fonte.
Neste momento, para te aproximares da tua Fonte ainda tens de fechar os olhos, ainda tens de te imaginar sentado no Trono Dourado. É algo preparatório de um estado de espírito
que te permite co-criar com a força necessária e devida. Mas se tu fazes co-criações de cura é porque não estás curado, evidentemente. Mas é natural que não estejas curado; não é uma deficiência, não é uma falha, é a consequência de o teu amor ter sido tão grande que te levou
a associares-te com este projecto.

A mina de carvão

Quem decide descer à mina de carvão expõe uma sujidade que não é criticável. Não sejas tu, portanto, a julgares-te sujo. Embora não percebas, estás a extrair o carvão com que vais aquecer-te. E, sem que te apercebas, aqueces já outras dimensões. No entanto, como não tens como te aperceberes disso, focalizas a atenção nas consequências de seres um mineiro. Mas fica sabendo que, quanto mais sujo aparentemente te mostrares por fora1, maior será a tua luz interna. É cavando na mina que te iluminas. Isto é alquimia pura! E não te preocupes com o estado de asseio com que chegarás às portas do teu próprio palácio. Ninguém reparará nas tuas cicatrizes, nas tuas nódoas; apenas enfrentarás o júbilo do teu regresso.

Analogias interessantes, imagens curiosas apenas para te ajudar a consciencializar a realidade que estás a viver neste momento. Uma coisa é dares autorização para seres reequilibrado quando estás num plano mental meramente terreno, outra coisa é fazê-lo sentado
no Trono Dourado. Quando estás na posição terrena diriges-te a alguém pretensamente superior; falas de baixo para cima, olhas para o céu, ajoelhas-te, encolhes-te, diminuis-te, contrais-te. Mas, quando estás sentado no trono dourado, abres as tuas magníficas asas e vês-
te a ti mesmo feito ser humano, na tua frente. E a compaixão que sentes por essa criatura
humana, que és tu, é o combustível que acciona o motor da tua decisão.
Quando é o Anjo Dourado que decreta a iluminação de algo nos teus registos, hás-de convir que tem outra força. E não é só uma imagem, um artifício, é uma forma de te esticares,
é uma forma de o vale se transformar na crista da montanha. E é da crista da montanha que sai a emissão que, depois, vai ser ouvida como eco, no vale. Se gritares do fundo do vale, quase não se ouve nada! Por isso te foi sugerido que visualizasses o Trono Dourado, contigo ali
sentado, magnânimo, cósmico, divino, pairando acima da turbulência e amando aquela parte de
ti que decidiu baixar à turbulência periodicamente. Então, o impulso é de o ajudares ao máximo, exactamente na mesma medida em que ele se deixa ajudar por ti. Mas tu e ele são um. É, digamos assim, a água/vapor e a água/gelo.

São tudo imagens mas, neste momento, nesta fase, não há outra forma. Só esperamos que tu não te fixes nas imagens e assimiles o que elas representam.

Vais perceber claramente a diferença entre o teu Anjo Dourado e tu quando terminar esta experiência, quando, pouco a pouco, regressares à condição de consciência terrena e saíres deste edifício em direcção à tua vida habitual. Progressivamente, as ondas alfa baixarão no teu cérebro. Os problemas e os desafios, que agora te parecem ter contornos diluídos, voltarão à sua aparente nitidez. Nesse momento, talvez até te pareça que, cada vez que te sentas no Trono Dourado, accionas um mecanismo de fuga: vais até ao Trono Dourado para descansar das agruras do mundo 3D! Mas evita cair nessa tentação. Prefere assimilar a ideia de que cada vez que te sentas no Trono Dourado e cada vez que voltas para o mundo tridimensional, o



1 Ou seja, quanto maiores forem as consequências do teu trabalho de autoconhecimento.

patamar não é o mesmo. Cada vez que sobes os degraus para o Trono, ao descer, desces menos um! Há-de haver um dia em que o Trono Dourado estará ao nível do chão. E, estejas tu sentado ou em pé, longe ou perto, serás um anjo de asas abertas. Nessa altura não precisarás, sequer, do Trono. Serás o Trono e o Altar; bastará que te sintas!

Como vês, o processo ascensional de subir até ao Trono Dourado, implica uma descida do Trono Dourado até ao nível do chão. Mas o Trono Dourado não poderá descer progressivamente até ao nível do chão se tu não começares por decidir subir a escadaria. Quanto mais sobes, mais ele desce. Por isso, convém repetir desta visualização, com esta intenção expressa de acabares com a sensação de vítima, com outra… ou com nenhuma. Pode ser apenas uma viagem de visita à tua Essência, sem nenhuma intenção para além de a aproximar da tua dimensão terrena. E, à medida que ela se aproxima da tua dimensão terrena,
tu aproximas-te da tua dimensão divina, até que, às tantas, já não há nem terreno nem divino, há apenas algo que não consigo explicar-te neste momento.

Então, deixa-te ficar sentado nesse Trono Dourado e traz-te para esta dimensão física. Se não fores capaz de trazer as tuas asas, traz pelo menos o dourado, e aceita incondicionalmente
o que foste capaz de trazer para este despertar na dimensão física.

Procura sentir o teu corpo sentado na cadeira e mantém os olhos fechados até te sentires totalmente presente.

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